O duplo pensar ou pensar duplo é um conceito identificado pelo escritor inglês George Orwell, em seu livro “1984”, como sendo o poder de manter duas crenças em contradição na mente das pessoas de maneira simultânea. Por exemplo: contar mentiras de forma deliberada e, ao mesmo tempo, acreditar nelas; ou esconder qualquer fato que tenha se tornado inconveniente. É grande a quantidade de brasileiros praticantes dessa arte ou artimanha! A realidade brasileira está aquém da democracia; de modo visível, a racial. Salvo exceções, é justo constatar: integrantes das classes privilegiadas não respeitam os que lhe são socialmente inferiores (pobres, negros, pardos, indígenas). São desiguais ou diferentes na concepção desses privilegiados. – “Eu se fiz por si mesmo!” – É a invariável e burra resposta. E os filhos e netos oriundos dessa tribo, desde a infância e adolescência, são mimados ou protegidos em excesso. Nunca tiveram – ou têm – que ajudar na limpeza da casa; arrumar a própria cama; lavar suas cuecas ou calcinhas! Resultado: malcriados e egoístas, um pulo – sem obstáculo – para a irresponsabilidade e para a violência desses obscuros tempos que estamos a viver. Basta constatar o nível dos políticos já eleitos neste primeiro turno das Eleições – 2022. E o duplo pensar se evidencia: uma enorme parcela da população brasileira sabe quem a representa. Sabe, mas não se importa. Por quê? – Porque se enxerga nesses políticos dotados de talento em atrair ressentidos, frustrados e ignorantes de qualquer nível social. – É isso.
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.
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