Fernando Pessoa, o talentoso poeta português, escreveu que há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm as formas do nosso corpo, e esquecer os caminhos que levam sempre aos mesmos lugares. – Nada mais lúcido, pois trata-se de mudança: o novo está à porta! – As pessoas, em geral, têm medo do novo; e de maneira constante têm medo de mudança. – Por quê? – Porque preferem manter o “status quo” (leia-se mesmice) mesmo que medíocre! E é, também, o português Antonio Lobo Antunes, premiado escritor, que constata: “Temos medo do novo, do diferente, do que incomoda o sossego; a criatividade foi sempre uma ameaça tremenda: e então entronizamos meios-artistas, meios-cientistas, meios-escritores; e, claro, que há aqueles malucos como Picasso ou Miró; e necessitamos de os ter no zoológico do nosso espírito!”
A inovação é a ferramenta apropriada para um empreendedor. Empreender é o verbo mais conjugado hoje em dia. E empreendedorismo é o vocábulo da moda! Empreender coisas novas (ou fazer coisas velhas de maneiras novas) é o modo com que um empreendedor explora as mudanças como oportunidades. Em uma empresa baseada em inovação e conhecimento, o chefe ou gestor não pode fazer o serviço de um subordinado; assim como um maestro não pode se ocupar em tocar um instrumento, embora o saiba. Ele precisa ser inteligível. Quando não somos inteligíveis é porque não somos inteligentes. E, é claro, não pode haver inteligência onde não há mudanças, e nem necessidade delas! – É isso.
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor
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