O silêncio é o mais puro dos sons. Esconder-se no porão de vez em quando, é necessidade vital. Precisamos de silêncio e solidão, e não apenas os poetas. Senão, corremos o perigo de nos evaporarmos em ‘som’ de fúria. Nada grita mais alto que o som do silêncio. Praia, nascer do sol, caneca de café, metade do lado, som do mar e silêncio e do mundo. O silêncio, pode ser mais ensurdecedor do que qualquer barulho. Os filósofos dizem que o começo da sabedoria é o silêncio. Se no início é o silêncio, no final também. A psicologia diz que o silêncio pode acalmar, ferir, amparar ou violentar. Em algumas ocasiões pode trazer paz, em outras, tempestades. Às vezes, o silêncio é solidão, vazio, dor e tristeza. O som do silêncio é o mais perturbador dos ruídos, por saber disso, foi que Deus fez os pássaros, a cachoeira, os animais, o vento, o barulho da chuva caindo e tantas outras músicas da natureza. “Dirão, em som, as coisas que, calados, no silêncio dos olhos confessamos”? É, agora complicou de fato. (Do escritor português José Saramago em ‘Os Poemas Possíveis. Lisboa: Ed. Caminho. 1999).
Fernando de Miranda Jorge
Acadêmico Correspondente da APC
Jacuí/MG – e-mail: fmjor31 @gmail.com