Para tirar lições

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Leandro Karnal, junto com Felipe Pondé e Mário Cortella são considerados pela mídia televisiva como possuidores da quintessência de todo o conhecimento sobre o Brasil. E, pelos seus seguidores, inefáveis gurus!

Karnal tem sido o mais “intenso entendedor” de Literatura Brasileira. Ele acaba de fazer críticas às escolas públicas pela adoção dos contos de Machado de Assis! – Nada mais desprovido de conhecimento do alcance da obra do nosso melhor escritor.

Molhando, sem pressa, a sua pena no tinteiro, Machado de Assis construiu romances como O Alienista; Quincas Borba; Memórias Póstumas de Brás Cubas e Memorial de Aires, entre outros. Quanto a contos; mais de trezentos. E todos têm estrutura perfeita. Alguns deles, antológicos, como O Espelho; Um Homem Célebre; Pai contra Mãe e O Caso da Vara.

Acho que se Machado de Assis tivesse escrito em Inglês, sua obra teria alcance semelhante às obras de James Joyce, William Faulkner, Eugene O’Neill ou Ernest Hemingway, entre outros grandes escritores de língua inglesa.

Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro em 1839 e faleceu em 1908. Filho de um pintor mulato e de uma lavadeira açoriana, viveu sua infância sob uma brutal sociedade escravocrata. Pobre, gago, e de pouca instrução formal, apresentava todos os indícios para o fracasso; todavia, obteve, com o seu talento, enorme sucesso literário.

Os contos de Machado sempre destacam uma sociedade racista e preconceituosa (ainda vigente no Brasil); e deles se pode tirar lições. Muitas lições. 

Segundo a Professora de Literatura Brasileira Enilda Benfica, os contos de Machado de Assis constituem um universo povoado por personagens solitários, presos a algum drama e raramente felizes. – E é verdade: a mesquinharia humana e a má sorte (ou azar) dos personagens são temas para reflexão. E os enredos são formulados por ironia inteligente e equilibrados com a realidade.

Aos alunos, recomendo ler e estudar os contos de Machado de Assis não só no Segundo Grau, mas, também, no Superior. Sim, no Superior!

– E ao Karnal, recomendo parar de dizer boçal (idades)!

 

Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.

Site: https//paulobotelhoadm.com.br

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