As conhecidas e inefáveis entrelinhas são uma metáfora visual para aquilo que poderíamos designar – de maneira mais apropriada – como o “não dito” em um texto. Entre uma linha e outra não há nada, exceto o branco da página; da mesma maneira que o “não dito” não foi escrito. Logo, não pode ser lido!
Caio Cornélio Tácito, historiador romano, nascido no ano 56 depois de Cristo, escreveu: “O achar estranho é um meio de superar a aparência e realçar uma compreensão mais profunda da realidade”. Pode existir algum prazer em acreditar naquilo que é falso? Tácito, que escrevia em Latim, responde que sim e coloca isso como um paradoxo: “Fingunt simul creduntque”, isto é, “Fingem e acreditam ao mesmo tempo”.
O combate às fake news ou mentiras só terá êxito quando as pessoas desenvolverem a capacidade de ler nas entrelinhas – técnica que deveria ser ensinada nas escolas.
É criminosa a circulação de um vídeo falso no qual um clone do ministro Fernando Haddad fala da criação de supostos iimpostos sobre o Pix. A lição que fica é que o governo precisa de uma comunicação mais rápida, previsível e planejada. É preciso falar a língua das pessoas de maneira clara para que elas não se percam em narrativas mentirosas, como as do deputado Nikolas Ferreira (PL – MG) – um sujeitinho mais conhecido como chupeta!
Os filólogos ensinam que a Filologia é a arte da leitura lenta. Portanto, é preciso combinar a leitura lenta com a velocidade da internet. – É isso.
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.
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