Não se pode deixar de lembrar do Oito de Março: dia que simboliza a luta das mulheres para terem os seus direitos equiparados aos dos homens. Inicialmente, essa data remetia à uma reivindicação por igualdade salarial, mas, hoje, simboliza a luta delas não apenas contra a desigualdade salarial, mas, sobretudo, contra o machismo e a violência.
Foi pela ação da mulher que o homem deixou de habitar em uma caverna e a comer carne crua! Homens são levianos; mulheres são realistas. Acho que se certos homens, aqueles portadores de burrice siderúrgica (combinação de estupidez, ignorância e covardia), soubessem o que as mulheres dizem – umas com as outras sobre eles – seria a extinção da raça humana! E a natureza, seja lá qual for, tem um certo componente feminino: às vezes não sabe se defender, mas sempre sabe se vingar! O sofrimento das mulheres, de modo evidente nas periferias das grandes cidades dessa Botocúndia (leia-se Brasil), chega a ser de um cotidiano infame. O genial compositor Adoniran Barbosa tem uma música que diz: “Inês saiu dizendo que ia comprar pavio pro lampião. Anoiteceu e ela não voltou. E no chão, bem perto do fogão, um papel escrito assim: Pode apagar o fogo, Mané, que eu não volto mais!”
E aqui, “cá com os meus botões” fico a me lembrar do Sobrenatural de Almeida, aquele personagem que o dramaturgo Nelson Rodrigues invocava sempre para explicar o imponderável!
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.
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