Faz um bom tempo que passei da idade de ler textos prolixos, de confusa sintaxe. E, com frequência, eivados de vaidade pessoal que só servem para demonstrar algum conhecimento. – Corre solta, por aí, explosão difusa de duvidoso conhecimento, além de implosão do verdadeiro significado.
Por isso mesmo, quem escreve precisa sempre buscar produzir oxigênio agradável por meio de boas palavras. – Elas existem para serem pensadas, gravadas e salvas na memória do computador. Mas, sobretudo, na memória da alma. Os bons leitores estão em busca de oxigenação intensa e agradável para poder continuar enfrentando esse tempo tão desagradável.
A escrita não é só para fazer dinheiro, obter fama, fazer amigos. A escrita é para enriquecer a vida dos que lêem; e também para enriquecer a vida dos que escrevem.
Estamos a viver tempos de asfixia Bolsonarista: primarismo, hipocrisia, arrogância, estupidez e autoritarismo cujo embrião continua latente na AMAN – Academia Militar de Agulhas Negras – escola militar que não pode ser comparada com uma West Point (americana) e sequer com uma École Militaire de Saint-Cyr (francesa).
Só no Brasil tem sido possível (por enquanto) colocar um General de Exército para dirigir a Saúde Pública. – Uma aberração sem limites! Para poder escrever sobre um embuste dessa espécie, é preciso recorrer ao Grego: a única língua que o Diabo respeita!
Escrever é mais que associar palavras e ideias, mas buscar uma sintaxe que faça chegar ao leitor um entendimento de forma simples, objetiva e, se possível, com alguma iluminação poética.
Boas palavras criam parágrafos e textos corretos que dão sinal de vida para que seja possível respirar sem sentir dor. – É isso.
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.
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