Ele criou os seus personagens molhando a pena no tinteiro, embora já existisse o velho e prático lápis. Quanto trabalho! Se tivesse escrito em Inglês, ele estaria no mesmo nível de reconhecimento de James Joyce, Ernest Hemingway ou William Faulkner. A meu ver, ele é o nosso melhor escritor: Machado de Assis. Em alguns de seus romances e contos, Machado considera ser normal o desequilíbrio das faculdades mentais; e que doentes são aquelas pessoas que têm um equilíbrio ininterrupto. Nada mais verdadeiro. Conheci várias: tanto homens como mulheres! Algumas pessoas têm a maldade na cara; ao contrário de um cavalo bem tratado que logo mostra o seu afeto. Descobri, faz tempo, o que pessoas frias me fazem lembrar; quase todas de caráter patológico, além de outras tantas que eu poderia resumir com um palavrão!
Estamos a vivenciar e a sofrer, por aqui nesta botocúndia, de uma perigosa versão de psicopatia. As investigações em curso, a respeito dos criminosos atentados de Brasília, já detectaram que os líderes das depredações são militares das forças armadas, professores de universidades, além de funcionários públicos cujos salários chegam a mais de 30 mil reais por mês! Por quê isso? Porque preferem conviver com o seu baixo índice de quociente de inteligência e com o seu baixíssimo conceito de cidadania, mesmo enrolados na bandeira nacional! Acho que Machado de Assis encontraria as palavras mais adequadas para aprofundar esse brutal equilíbrio ininterrupto. É isso.
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.
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