Sobre o viver acompanhado

Share on facebook
Facebook
Share on whatsapp
WhatsApp
Share on email
Email
Share on print
IMPRIMIR
Share on facebook
Share on whatsapp
Share on email
Share on print

Li, não me lembro onde, que numa separação quem não ama de verdade é que diz as palavras mais carinhosas. E há, com muita frequência, o equívoco mostrado por Machado de Assis em “Memórias Póstumas de Brás Cubas”: “Manuela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis!”

“A mais exacerbada paixão amorosa pode degenerar em hábito com o passar do tempo. Um casal começa a conhecer-se porque, antes de tudo, não se conhece” – escreveu o psiquiatra Flávio Gikovate. E é verdade, tudo é surpreendente quando não se conhece. E quando já não tem mais surpresa, o amor pode morrer. E quando a morte emocional ou física chega, não há tempo. Não há tempo para a última palavra. Não há tempo para dizer as tantas coisas do amor.

A escritora francesa Anais Nin escreveu: “O amor nunca morre de causas naturais; morre porque não sabemos abastecer sua fonte!” É o acomodar-se ao hábito da desatenção como que um pesado ônus, repetitivo e tedioso cuja única saída é a morte, a tv, o celular ou o quarto separado!

Pelos olhos é que entra o amor, diz o ditado árabe. E ele exige qualidade de atenção. Abrir-se para a atenção e, sobretudo, para a consideração; questão fundamental do quanto de nosso passado esclarece ou escurece a respeito de nós mesmos.

– A gente nasce e morre só. E, talvez, por isso mesmo é que precisamos tanto de viver acompanhado. Todavia, que seja, pelo menos, em boa companhia!

 

Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.

Visite o Site https//paulobotelhoadm.com.br

 

 

Notícias Recentes