Trabalho e Saúde

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Foi em um período de dificuldade financeira pela qual passei que aceitei ministrar a disciplina “Gestão de Saúde no Trabalho” no Curso de Pós-Graduação (Lato Sensu) para profissionais de saúde do Centro Universitário São Camilo. Foram dois anos seguidos de aulas, sem qualquer registro trabalhista: embuste imposto pelos padres dirigentes daquela Instituição. Era pegar ou largar!  O meu saudoso amigo Paulo Vanzolini, cientista e compositor, sempre dizia: “Nunca brigue com gente que veste saia; mulher, padre ou juíz!” A denominada “Ordem Camiliana” é a segunda mais rica da Igreja Católica; a primeira é a “Ordem Franciscana”. Os santos Camilo e Francisco, abnegados protetores dos pobres, “sabem” que não estou exagerando!

O trabalho, se mal organizado, provoca no trabalhador desgaste físico e mental quando realizado por movimentos repetitivos em turnos alterados. Isso implica na vida social e familiar do trabalhador; e se converte em diversas e graves doenças.

Do mesmo modo que o capital busca disciplinar e controlar os trabalhadores para garantir a sua voraz reprodução, os trabalhadores resistem a esse controle e se organizam. A partir da década de 1960, surgem importantes lutas operárias voltadas para a melhoria das condições de trabalho. E o reconhecimento de determinadas doenças como doenças profissionais faz parte dessas lutas. Mas, em sociedades periféricas, onde a mão-de-obra é abundante e o desemprego é a grande ameaça, há o risco da automação reduzir a oferta de trabalho; o que põe em questão a luta pela sobrevivência. E é nesse esgoto moral, a céu aberto, que os trabalhadores ficam metidos até o pescoço. O badalado Agronegócio, por exemplo, funciona como funcionavam os engenhos de cana e açúcar no Século XIX, isto é: além de produzir alto impacto negativo ao meio-ambiente, gera, apenas, oportunidade de emprego para uma escassa mão-de-obra especializada. – É a burrice siderúrgica de que mostro em meus textos: combinação de primarismo, oportunismo e estupidez a gerar covardia trabalhista em constante realimentação. – É isso.

 

Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.

Visite o Site https//paulobotelhoadm.com.br

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