Com muita frequência, talvez por desalento, fico sem vontade de tomar conhecimento a respeito da reação das pessoas sobre o tema Sustentabilidade; esta palavra de 16 letras que tanto incomoda os iletrados; e tão banalizada pelos meios midiáticos! Uma quantidade significativa de pretensos entendidos (leia-se picaretas) a sair por aí e a cobrar a “bagatela” de 5.000 reais por uma “palestra elucidativa” de 2 horas, de acordo com o embuste programado!
Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade de aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais da sociedade humana. Abrange vários níveis de organização, desde a vizinhança local até o planeta Terra inteiro. O termo Sustentabilidade está relacionado à questão do desenvolvimento. Significa a racionalização dos recursos do patrimônio natural, ambiental e cultural, em harmonia com a sobrevivência humana e o bem-estar, não apenas na atualidade, mas, sobretudo, para as gerações futuras.
Para que um empreendimento humano seja sustentável é necessário que atenda, a meu ver, aos seguintes requisitos: Viabilidade Econômica; Justiça Social, Correção Política e Postura Cultural. Mas, não dá, por enquanto, para ter muita esperança aqui no Brasil. Por quê? – Porque temos uma população constituída por mais de 60% de analfabetos funcionais. – E o que é o analfabeto funcional? É quem pensa ou acha que sabe. Lê e escreve de maneira precária. Pode até ter um diploma de curso superior conquistado em faculdade de “meia boca”! Entretanto, é incapaz de assimilar conceitos e conteúdos.
Para que seja possível avançar é necessário criar núcleos de ação, isto é: primeiro ensinar e treinar treinadores para multiplicar os conhecimentos e cuidados essenciais; e lançar luzes sobre a ignorância cívica existente no Brasil. Aí, sim, vamos nos libertar dos oportunistas e dos embusteiros, sempre de plantão. Sustentabilidade é responsabilidade ética pela sobrevivência.
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.
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