Georges Simenon (1903-1989) – escritor belga – escreveu mais de 500 livros entre romances e contos traduzidos em 45 idiomas. Sobre isto, ele disse: “Se Balzac usasse uma máquina de escrever. teria feito mais livros do que eu! Sua criação mais importante, o detetive de polícia de Paris Maigret, estreou em 1930; ele era o oposto de seu criador – um marido comportado, enquanto Simenon era um mulherengo. Entretanto, participavam do mesmo fascínio pela psicologia do assassinato. Ele descreve em seus romances e contos as crises emocionais de pessoas aparentemente resolvidas. – Simenon é, a meu ver, um escritor para escritores! T.S. Eliot e Henry Miller foram seus leitores e o admiravam muito. De André Gide mereceu o elogio: “Ele é o único romancista deste século que merece ser lido!” Afinal, Simenon foi – e talvez seja ainda – o autor mais lido. E sua obra, embora tenha como núcleo o gênero policial (muito desdenhado pelos críticos) inclui alguns romances sérios, e neles Simenon nada fica a dever aos grandes autores do seu tempo. Ele disputa com Agatha Christie o pódio do romance policial; e tece com maestria a trama dos casos que inventa; e está acima de Agatha Christie quanto à penetração psicológica dos seres humanos. – Simenon pode, a meu ver, ser considerado um Balzac deslocado para o crime! Numa de suas últimas entrevistas ele declara que “qualquer pessoa,andando na rua, é personagem de uma história”. Diferente de muitos autores de hoje em dia, que tentam construir uma intriga o mais complexa possível, Simenon propõe uma intriga simples, mas com personagens fortes – heróis humanos obrigados a irem ao fundo de sua lógica. Os romances e contos dele colocam o leitor em um mundo de formas, cores e sentimentos onde o bom leitor mergulha desde primeiro parágrafo. – É isso.,
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.
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