O embuste ficara restrito aos analistas de mercado durante a Ditadura Civil-Militar. E é quase jurássico, pois naquele tempo de arbítrio as cotações eram registradas em um quadro-negro no salão de leilões da Bovespa. Não estou me referindo ao tempo em que os animais falavam. – Os cinco generais de Exército (de quatro estrelas) que ocuparam a Presidência da República, por usurpação, quase que não falavam: emitiam sons, e escrever nem pensar!
A especulação corria solta pelos corredores e banheiros da Bovespa. – É que alguém lançara no mercado de ações uma certa Merbosa. Muito se especulou sobre ela que acabou indo para o vinagre. Tal nome não queria dizer outra coisa a não ser Merda e Bosta S.A. Na verdade, nenhum analista ou investidor interessara em saber detalhes sobre a Merbosa: o que produzia, o que comercializava, quais resultados previa ou quem a dirigia.
Naquele tempo, uma sucessão de estímulos fiscais e tributários fizeram com que as bolsas de valores dobrassem da noite para o dia. E a ficção gestada pelos economistas de plantão não buscava alavancar nenhum progresso; mesmo porque a Ditadura era causa e efeito de uma falsa prosperidade no país.
A tortura deste tempo de Pandemia que estamos a sofrer – tão difícil de passar – é filha de um poder autoritário que recrudesce a cada dia que passa. E o filhote desse mau tempo tem um nome: Jair Messias Bolsonaro, ex-capitão do Exército. Tal filhote da Ditadura não está só; foi eleito para a Presidência da República com quase 60 milhões de votos de brasileiros.
Todavia, fica a lição: apesar do fato de O Moto Contínuo ser impossível de ocorrer pelas leis da Física, a busca por ele segue por meio de uma burrice siderúrgica: combinação de estupidez, ignorância e primitivismo. – Uma usinagem a tentar forjar barreiras para impedir a resistência dos brasileiros conscientes.
Paulo Augusto de Podestá Botelho é Professor e Escritor.
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